Foto: Marco Neves, diretor comercial regional MG/CO da Allianz Seguros
Em um cenário de constantes mudanças em que vivemos, é essencial que os players do setor de seguros fiquem atentos às movimentações do mercado, para que oportunidades de negócios possam ser aproveitadas. E o setor de mobilidade urbana é um desses que sempre merece um olhar especial, por estar em permanente transformação e se tornando cada vez mais diverso.
Temos acompanhado recentemente, por exemplo, um aquecimento do mercado de motos, com crescimento tanto na produção, como vendas e habilitações. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, apontam que o número de pessoas habilitadas para esse tipo de veículo cresceu 17,5% nos últimos cinco anos, somando mais de 33 milhões de cidadãos com habilitação A, em 2020. Em 2016, havia pouco mais de 28 milhões de motociclistas no País.
A produção também vem ganhando força. A indústria de motocicletas, instalada no Polo Industrial de Manaus – PIM, produziu 896.558 unidades de janeiro a setembro deste ano. A Abraciclo afirma que o volume é 29,3% superior ao mesmo período do ano passado e ultrapassa em 7,2% o total produzido em 2019 (período pré-pandêmico). A entidade prevê fechar o ano com 1,22 milhão de unidades fabricadas.
E as vendas acompanham este ritmo. Com 20 dias úteis, setembro registrou média diária de vendas de 5.441 unidades. Segundo levantamento da Abraciclo, esse foi o melhor resultado para o mês desde 2014 (5.445 unidades/dia) e a melhor média dos últimos 78 meses consecutivos.
Alguns fatores externos explicam essa movimentação no mercado, como a alta do preço dos combustíveis. A moto é um dos veículos mais econômicos no quesito abastecimento, já que dependendo do modelo, o condutor consegue rodar, em média, 40 km com um litro de gasolina.
Os impactos da pandemia também ajudam a explicar o crescimento: a motocicleta se tornou uma alternativa de mobilidade urbana, para evitar aglomerações no transporte coletivo; e uma opção de trabalho informal, com o aumento dos serviços de delivery.
Todo esse panorama traz uma oportunidade para impulsionar a venda de seguros para motos. É um mercado com grande potencial de crescimento: dados da CNseg apontam que apenas 2% das motos em circulação no Brasil possuem seguro. De olho nesta tendência, as seguradoras também vêm ampliando a aceitação e as coberturas do produto. Com isso, os corretores e todo o setor ganham um leque a mais de possibilidades para ampliar seus negócios.
Imagem: Túlio Vidal