O Programa Panorama do Seguro, do Sindicato das Seguradoras de São Paulo, convidou Marcio Coriolano para fazer um balanço de seus seis anos à frente da CNseg, antecedendo o seu afastamento da presidência da instituição, que ocorerrá em 30 de abril.
Solicitado a abordar os fatos que marcaram sua administração, Coriolano citou o forte trabalho de planejamento estratégico e operacional do Conselho Diretor da CNseg, que pautou a agenda confederativa durante esse período bastante complexo pelo qual o Brasil atravessou. “Foram muitas vitórias, a despeito desse ambiente de expectativas exacerbadas e períodos recessivos subsequentes”, afirmou.
Também houve, disse ele, uma mobilização permanente das Comissões Temáticas da CNseg, suportadas pela Diretoria Executiva da organização, onde os temas são tratados e geram as propostas consensadas entre os representantes de várias áreas das associadas.
Outro destaque citado foi o trabalho de comunicação realizado pela Confederação, com o objetivo de atingir todos os públicos, feito com muita sinergia com a Fenacor, com os Sindicatos Regionais de Seguradoras, com a mídia especializada e com alguns veículos da mídia tradicional. Trabalho que ajudou a projetar o setor e a levar à sociedade a percepção da importância do seguro.
Coriolano lembrou também a criação do Comitê de Estudos de Mercado (CEM), que com suas análises e informações produzidas, foi o lastro técnico para o posicionamento da Confederação junto aos reguladores e ao mercado de forma geral.
Em segunda batertia de questões, sobre os desafios enfrentados no período, o Presidente da CNseg citou os períodos recessivos gerados, primeiro, por fatores externos, depois por questões internas, e agora, mais recentemente, novamente por fatores externos como a pandemia e o conflito na Ucrânia. Segundo ele, isso atrapalhou muito o planejamento da Confederação, cuja missão é amparar institucionalmente as associadas.
O problema da “proteção veicular” também não poderia ficar de fora da lista dos desafios enfrentados, inclusive por permanecer gerando problemas para o mercado e para os consumidores. Para combater a venda de supostos seguros pelas ditas associações de proteção veicular, informou, foi feito um forte trabalho de comunicação e também junto à Susep. Por fim, a pressa do governo em implantar o open insurance sem ouvir adequadamente o setor, foi outro desafio citado.
Questionado sobre quais seriam os maiores desafios para os próximos anos, disse que os efeitos da inflação e dos juros sobre os consumidores é um deles. Por outro lado, afirmou, há também muitas oportunidades geradas, por exemplo, pelo nível de solvência e profissionalização do setor, pela maior consciência da população em relação à necessidade de proteção contra riscos e pela oportunidade de criação de produtos mais flexíveis, permitindo a maior penetração dos seguros junto aos que ainda tem dificuldades de acesso.
Marcio Coriolano acredita que, com esse quadro regulatório e caso os desafios macroeconômicos do país sejam equacionados, conseguiremos, em até seis anos, alcançar uma participação de 10% no PIB, que atualmente é de 6,5%. “Para isso, temos mercado e empresas especializadas e maduras”, concluiu.
Assista abaixo a entrevista na íntegra
Fonte: CNseg