No cenário atual, onde a dependência tecnológica é crescente, empresas de todos os portes e setores estão expostas a uma gama complexa e evolutiva de riscos cibernéticos. A ocorrência de ataques hackers, vazamento de dados e interrupções de sistemas pode gerar perdas financeiras colossais, danos à reputação e pesadas sanções regulatórias. Diante dessa realidade, o seguro de riscos cibernéticos emerge como uma ferramenta indispensável na estratégia de gestão de riscos, oferecendo uma camada de proteção financeira e suporte especializado em momentos de crise.
A contratação de um seguro de riscos cibernéticos oferece diversas vantagens estratégicas para as empresas e organizações, tais como Proteção Financeira, orientação por especialistas em caso de ataque cibernético, continuidade dos negócios, gestão de reputação, conformidade regulatória e, ainda, redução da incerteza.
Mas é preciso estar muito atento à contratação do seguro cibernético que deve ser sempre por meio de assessoria e intermediação de um corretor de seguros que atuem com tal modalidade, de modo a não haver dúvidas ou omissões quando do preenchimento do Questionário de Risco, com informações detalhadas sobre a infraestrutura de TI da empresa, políticas de segurança, planos de resposta a incidentes, histórico de ataques e dados sensíveis que armazena. A partir daí a seguradora fará uma análise de vulnerabilidade do risco proposto e poderá exigir ou recomendar auditorias de segurança e análises de vulnerabilidades. Este momento pré-contratual é fundamental para a subscrição e precificação do seguro.
A notícia do ataque hacker a uma empresa que custodia transações via PIX e o Banco Central, ocorrido no dia 30 de junho de 2025 serve como um alerta e exemplo contundente da urgência e relevância do seguro de riscos cibernéticos. Embora detalhes específicos sobre a extensão e as consequências desse ataque dependerão de um relatório oficial, é possível pensarmos sobre os impactos e a importância do seguro em um cenário como esse que resultaram na Interrupção de serviços críticos, perdas financeiras diretas e indiretas: danos à reputação e confiança, que necessariamente importarão em custos elevados com investigação forense e notificação, multas e sanções regulatórias por parte de órgãos reguladores, como o Banco Central e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
O seguro de riscos cibernéticos não só cobriria os custos de investigação e recuperação dos sistemas e as perdas por interrupção e as eventuais responsabilidades civis, como também possibilitaria o acesso a apoio especializado necessário para gerenciar a crise, proteger a reputação e restaurar a confiança.
Escrito por: Landulfo Oliveira – presidente da Comissão Especial de Assuntos Jurídicos e Fiscais do SINDSEG MG/GO/MT/DF.

